sexta-feira, 21 de dezembro de 2007
*Axé procês*
"Todo o simples da vida".
quinta-feira, 20 de dezembro de 2007
sexta-feira, 14 de dezembro de 2007
Rastilho da pólvora - em polvorosa
"Onde
Menina criada na ponta do dedo,
na ponta da faca,
dentro da saia, a saia a girar.
Dentro da menina, onde a mão não vai
a menina dança.
Dentro da menina, onde dói o amor
onde a mão não vai,
dentro da saia,
a saia a girar "
"A dinâmica lança uma partícula, põe em movimento um pouco d'água a cozinhar numa curva de rio. As partículas afunilam, vão se entrecortando até pingar, até encostar na terra do corpo.
O corpo procura uma beirada - porta de entrada avessa à conclusões. Faz um ar de graça, outro de desgraça. Procura um cigarro.
Quem tem a coragem de colorir o branco pálido da página. A coragem de penetrar outras cores, mais densas, mais escuras: ser penetrada. Ouvir só o coração, pulsando: coincidir consigo mesmo, depois abrir mão. A coragem de abrir a mão, cerrar o punho, atar o golpe. Ferir à faca, bala, bomba nuclear.
Fissurar um átomo.
O corpo procurando outro corpo, limite e motivo de todo querer bem. A coragem de descobrir um corpo negro, apontando pra expansão do universo. Esgueirar-se debaixo do cobertor dos séculos antes de tentar erguê-lo sem cuidado: há coisas que só se contam no escuro.
Descobrir uma pele negra, lisa e densa, como uma comunicação. Marcada, repisada- ressuscitada. O espectro dos séculos a rondar sua pretensão de clareza, de consciência. Porta (des)trancada, avessa à conclusões
Descobrir um buraco negro, uma mulher, o próprio ânus. Desmontar. Desabar as certezas sobre a terra do corpo, como quem pinga água."