domingo, 30 de janeiro de 2011


Ana Mendieta, Silhuetas.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Wayanaman, o "morador dos olhos"

Para o Wayana, a sede do conhecimento está nos olhos.

Neles, se encontra o wayanaman ("como gente") ou seja, a figura invertida que se apresenta nas pupilas e que mora nos olhos, representando o verdadeiro detentor do conhecimento.

Possuir conhecimentos sobre manufatura significa que o wayanaman está em seus olhos, que ele é o "morador" de sua visão e assim intermedia os processos que vão resultar na concretização de artefatos.

Para resguardar o saber artesanal, o artesão deve proteger o seu wayanaman e assim só deve obrar de dia, com luz clara. Trabalhar ao entardecer ou à beira do fogo, em execuções que forcem a visão, acarreta a perda da acuidade visual. De acordo com os relatos Wayana, nessas circunstâncias, forças predatórias, associadas ao quatipuru, um pequeno roedor, aproximam-se e atacam o "morador" dos olhos do artista, aniquilando-o.

O wayanaman é também denominado kêukomari e desaparece com o morto. Diferencia-se do princípio vital, referido como akwali, que se aloja no ombro da pessoa, manifestando-se através da sombra amolê, princípio este que perdura após a morte. O amolê, por sua vez, é igualmente a figura no espelho e as fotografias.


(... Juntado de idéias retirado da tese de Mestrado de Lucia van Velthem, "O belo é a Fera")

A mulher que desdenhou o mar

Deixe o mar pra trás, meu homem
que as ondas vêm e vão.

Eu aqui vou rabiscando
seu nome em pedra sabão
pra morar na profundeza
enterro a pedra no chão
vou deixando que entalhe
seu nome no meu coração.

Deixe então o mar pra trás
que as ondas vêm e vão.

O murmúrio que elas trazem
nem baixinho eu quero ouvir
meu silêncio é só riqueza
pra ficar pensando em ti
nem canarinho se pôs
a cantar como eu fiz.

Deixe então o mar pra trás
que as ondas vêm e vão.

O sal que as ondas deixam
nas suas esquinas da pele
quando resolvem se demorar
maltratam a pele e ferem
eu sou a que mata a sede
e que seus lábios preferem.

Deixe então o mar pra trás
que as ondas vêm e vão.

Eu sou faca de ponta
rio de sinuosa vazão
fio de luz na escuridão
caminho de cobra anaconda
certeira no alvo da seta
eu prefiro até linha reta
que mar sem direção
sou mais a gota que valha
que mil ondas que vêm e vão.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Novo Portifolio!!!

quase completo:

www.carolinateixeira.blogspot.com