quinta-feira, 23 de agosto de 2012

na gaveta

Faz um tempo encadeávamos os dias em uma sala de aula. Eu lá, toda invocada, querendo perguntar. Então se a palavra é coisa bela, vâmo até o fim.

Um dia, interroguei pra nossa turma o que eles tinham de guardado. De mais guardado.
Esse papelzinho amassado achei no fundo da gaveta. Foi Bruno Alexandre que escreveu (com a letra sôfrega, tirânu as vistas):

"Eu guardo retrato da minha mãe
porque ela morreu.
Eu guardo uma concha.
Concha do mar.
Joguei em cima do telhado".