terça-feira, 26 de outubro de 2010

"SORTE, VENTURA E CASCA-DURA"

Por favor, divulguem, estou tentando criar um dito popular...

Ops, não não não,

 Esse eu ouvi dos velhos de guerra de Caruaru, quando por lá estive...

sábado, 16 de outubro de 2010

Visionário

Enquanto tascava um desenho na folha, o menininho ia conversando comigo.

- Ô tia Carolzinha, a TV era preto e branco né?

- Ah, era. Ô se era! Mas isso nos antigamentes né...

-Ummmm...

(pausa. respiro. pausa)

- E na rua era também? Tudo preto e branco, tia?
 

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Dois peixes solúveis

... não é o medo da loucura que nos 
forçará a largar a bandeira da imaginação...
(André Breton)

Tenho nas mãos dois peixes solúveis. Olho pra um, que ganhei do poeta, e descanso jogando pro ar toda saudade, a quimera, a vontade de apelo. Avanço em braços e pernas, mas pra onde? Tudo o que tenho à frente é tudo o que tenho à frente. Muros de bolhas de sabão, onde se fizeram as últimas tentativas de guardar uma infância maldita. Fecha então sua porta de ferro, baleada de tampinhas de garrafa. Bebe os relógios, o cimento, os tijolos, tudo que te constrói e o outro peixe solúvel que tenho às mãos. São dezoito horas, fim do expediente. Já apaguei a última vela, nada resta. Olho pra ele que suspira, prateado. Pedaço de ferro mole, aguado. Pego o que consigo mas. Tudo o que tenho à frente é tudo o que tenho à frente.

Carêço

Porquê desenho, as nuvens se adivinharam pretas. As ranhuras da tua pele, que eu senti-não-vi. Papel onde se faz cosquinha. Branco do olho pingando sentido, em geometria. Paleta do chão. Porque aprendo, o material pulsando quieto. Quieto ou pulsando, existe cortejo de equilíbrio da munheca. Ólhe, ólhe. Hoje, homem miudinho fez desemprego da mão.Idéia é que voa, computadores fazem arte. Careço. Exércitos de operários-artesãos passaram por aqui e deixaram desassossego. Careço. Tenho só esse corpo, careço. Pulo raso, o papel é meu pasto. Careço. Pinça do indicador-polegar. Abri polegadas de veias nas fibras de celulose. Oxigeno o branco, aquele do olho. Vazio de sossego para aquela que pisca-pisca (num pára). Porquê desenho? A vida não desagua no sangue mensal. Meu cuspe, não. Lágrima sêca. Vida escorre da mão. Se aloja no seu branco do olho. Aquele que em época de cheia, transborda. Vê além, vê atrás. Vê mais que a menina (dos olhos). Duvide que cê vai ver. Com a mão construo casa cega no presente, moradia de grafite barato. Risco do assombro, roda passageira. Contigo passo. Careço. Meu traço tem largura não. Dez por quinze, não. Resto do resto do resto: escombro de palito de fósforo. Destruo meu desterro. Moradora em situação. A rua, desenho.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Tem poeirá, poeira demais?

Quanta!
Momento de firmar, avante. Todos os traços e letras, na mão, mas.
Colocar no blog já é outros quinhentos.

Max Ernst