segunda-feira, 30 de agosto de 2010
sábado, 28 de agosto de 2010
A menina sem a tampa da cabeça.
De repente me vi, e
ao passar os dedos na testa fui percebendo que o topo da minha cabeça tinha sido cortado fora. Aberto pros sóis, pra brisa do lusco-fusco e pra chuva. A tampa que guarda nossa dianteira pro mundo e o cosmos todos, ai. Agora daqui não me escorre nada, só recebo? A tampa cortada, foi rápido e sem dor. Mas, o sangue seco me protege, e todo cheiro ocre de sangue. Pulsando os cabelos, insistentes em reter o que resta do meu antigo rosto. Todos aqui, me rodeiam. Essa menina sem cabeça, onde foi parar a cabeça dela? Respiro com as narinas e meu corte profundo. Os ossos, não voltam mais. Costume que a gente vai pegando. Costume de ser bacia aberta, receptáculo das horas que passam. Minha cuia de cima à mostra, pra sempre. Nunca mais deito.
É HOJE!!!
Povo, hoje vou chegar junto com os Mesquiteiros e Rodrigo Ciríaco,
fazendo uma pintura lá na Zona Lost.
Bora? Pra saber como chegar:
www.mesquiteiros.blogspot.com
quarta-feira, 25 de agosto de 2010
Vulgo
Hoje eu estava atravessando a Estação da Luz, pra ir trabalhar. Como sempre
desviando de um aqui outro ali, povo pitando pedra, pedra pitando povo. Já ia
reconhecendo as putas e figuras de sempre... aí tomei um esbarrão. Uma mulher-homem-peixe
daquele jeito, batom desenfreado saindo pelos beiços. Olhando de rabo de olho
para trás, por que um homem de longe já chamava:
- Ô Pandoraaaaaaaaa.
desviando de um aqui outro ali, povo pitando pedra, pedra pitando povo. Já ia
reconhecendo as putas e figuras de sempre... aí tomei um esbarrão. Uma mulher-homem-peixe
daquele jeito, batom desenfreado saindo pelos beiços. Olhando de rabo de olho
para trás, por que um homem de longe já chamava:
- Ô Pandoraaaaaaaaa.
Ui ui...
TEUS PÉS
torcia pra ouvir teus pés chegando
raspando e encostando no mesmo chão
levantando a mesma poeira
abrindo a mesma porta
sem pedir licença na entrada
sem pensar nos passos da saída
acordando todo meu resto de noite
tirando toda ela do escuro
teu rosto cortando o silencio
e o meu eu encostanto no teu outro
e o teu eu no outro meu
e nossos rostos se tornando um rosto
e mandando o tempo pro espaço
e brincando de pele apertada
e lavando a alma com suor
e nosso quarto dizendo universo
e nossas bocas sem dizer palavras
e nossas mãos
se perdendo e se prendendo
umas com as outras
Douglas Alves
www.lacarnevale.blogspot.com
torcia pra ouvir teus pés chegando
raspando e encostando no mesmo chão
levantando a mesma poeira
abrindo a mesma porta
sem pedir licença na entrada
sem pensar nos passos da saída
acordando todo meu resto de noite
tirando toda ela do escuro
teu rosto cortando o silencio
e o meu eu encostanto no teu outro
e o teu eu no outro meu
e nossos rostos se tornando um rosto
e mandando o tempo pro espaço
e brincando de pele apertada
e lavando a alma com suor
e nosso quarto dizendo universo
e nossas bocas sem dizer palavras
e nossas mãos
se perdendo e se prendendo
umas com as outras
Douglas Alves
www.lacarnevale.blogspot.com
terça-feira, 17 de agosto de 2010
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