segunda-feira, 28 de julho de 2008

Pelas Vias

Pelas vias que vim, não havia sinais
Havia peles dos pés
Detalhes dos cheiros
E nunca brandura no ar
Era árido e seco por todo o lugar
E nem havia passantes ou gestantes
No meu andar respirava por dentro
Minha fome de querer ver um mar
Durante a vinda, vim vestindo caras!
Caras de mulher
E aprendendo mugidos, blecautes
Agora há rugidos em mim me dizendo ser fé
Pés, pisantes enormes
Possuídos sob minha própria poeira corpórea
Que de tanto andar, a lucidez me emociona
E mesmo sabendo do vazio do nada
Caminho, caminho pelo impulso único de mim
Animal que é o homem
O que se não sabe tateia
Movimentos sugerem idéias, passadas mais largas
Disciplinadas.

poema de Maria Tereza - do livro "Negrices em Flor"

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