sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Amor




Desenhar é uma coisa fácil, porque no reino da luz as cores têm vida própria. Se você joga o amarelo no azul vira verde, é uma lei da natureza. Mas cuidado, nunca se sabe: às vezes as cores tomam caminhos tão inesperados que pulam pra cima da gente como pipoca, levam nossos pensamentos para rios que escorrem em pontos desabitados da gente. Iluminam a nossa solidão... ou nossa euforia. Transportam nossos corpos em barcos no meio do nada, onde jorram correntes de ar e cegas navalhas. É um mundo paralelo onde tudo oque existe não tem nome: são amontoados de manchas coloridas em movimento, se derramando em palafitas e tomando os cantinhos, escurinhos.
É por isso que desenhar é uma coisa fácil, quando a gente desaprende por um momento de ver o mundo como casa, carro, poste, mulher, peixe.
No mundo da luz existe uma existência diferente. A gente tira os sapatos e mergulha. E o lápis sai rabiscando sozinho, e finca bem lá no pontinho ardido que sente.

Um comentário:

Anônimo disse...

Carolzinha tenho vontade de mastigar o seu cérebro pra encrustar você em mim. Cuidado!
Bia