terça-feira, 18 de agosto de 2009

...remendos...

Quero secar as minhas lágrimas
junto aos meus.
Desde os outros milianos,
adentrando rumos em segredo nosso.
Chegamos ao remédio do remediado
filosofias de remendo.
Hoje trabalho removendo
a terra do túmulo de meu avô.
Um elo quebrado
dos mares de demônios.
Sou filha do mar
e o meu olho é rasgado
pela sua praga que
azeda o caldo.
Não venha com sua maldade,
nos subterrâneos o martelo
inverte o desgaste.
Traz a sua reza fina
pra contemplar o que
não enche a nossa barriga.
Mas não chegue na maldade
porque nosso elo é

a vírgula.

O meu olho é rasgado, e
é minha alegria.
Silêncio diante da nossa imensidão
que a sua vista nem chega.

São nossos corpos,
prestenção,
de fogo
água
vento
montanha
terra
rio e
trovão

Aqui costuma morar o poço do mundo.
É um profundo onde eu
piso nos mortos e
respiro sua respiração.
Curamos então nossos umbigos

furtados

e assim eu digo
que há comida no prato
estamos salvos.
Guarde a sua maldade,
nossos passos são furtivos

tu desconheces

e o olho foi rasgado.

(eu, 2009)

Um comentário:

Jéssica Balbino disse...

:)
bom demais ver mulheres escrevendo !