terça-feira, 27 de novembro de 2007

Pros zóio da cobra verde

Tive certeza onde procurar e encontrei, tão fácil como as coisas são familiares aqui na Vila Indiana.
Mas só pra quem é.

Depois, uns tecos de história que refiz...
um muro que pulamos, um tombo no escadão
nossas ruas de ontem, ainda caminham os mesmos
agora com mais responsa, crescemos
uma montanha que escalamos, de roupas
um video-game pisado,
uma coca preta
um cinzeiro atolado.

Dia friozinho amanhecendo e um gosto de Sprite na boca. Tudo se encaminha de acordo com a vida que vai se desenrolando, nessa vida, sempre BNH. Mas é só pra quem é.
Seu João na rua caído canta um velho samba: "No tempo que eu tinha meu dinheiro, tinha meus companheiros, tinha tudo ao meu lado...", os pássaros também cantam. Cantei uma música uma vez, disso me lembrei. Contei meu dia.

-Se eu num lembro, eu não fiz! O que eu fiz? Fazer o quê, né!? Maloqueiro! Vagabundo nato!

Não sei como acordei com essa berma surrada do Timão, nem quando rabisquei esse desenho. Apostei coroa e perdi, por isso tô aqui. Levantei hoje foi reparando os olhos da cobra verde me encarando. Aninhando cabelo maciozinho e preto, mãos calejadas de maloca. Cheiro fresco de folha. E o chiclete de ontem engruvinhado na minha franja.

Pra quem é.

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