A câmera de tirar fotografias tentou, mas não emparedou o ar que passava fininho entre os dentes sorrindo. Não ouviu o som das buzinas em dia de final do Corinthians que nem a gente ouviu. Nunca vai. O olho passou e viu uma massa, e nem reparou no rastro de mofo da parede nua, encruada de noite após noite. E assim também, meu bem, são minhas palavras que tentam te abraçar, buscar esse momento que vai indo. A palavra não chegou pra dizer aquilo que é alegria de um jeito meio torto, sem sorriso nos lábios por ser mais profunda do que isso. A palavra acenou, em vão, cumprindo meio-dever. A palavra que me sai de vento da boca nem chega a ser brisa que comove. Por favor, aceite estas palavras como um abraço que eu dou sabendo da minha ausência: porém, preencha todos os buraquinhos entre nós com a sua imaginação, faça um recheio de ar que te sustenta a cabeça os ombros os músculos da tua pálpebra. Imagina só eu te dando um abraço inteiro, perfeito, que nem mesmo eu poderia te dar.
Para o vô Vete.
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