quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Achado, papelzinho dobrado em livro véio.
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Pergunta que não quer calar (fica gritando) na boca da madrugada:
... Então esse amor, que é um espinho encravado, que nos maltrata e mata. Esse amor aí a gente não quer mais, concordamos mulherísticamente falando numa grande ciranda. Olho no olho: mulher, mata seu amor. Mulher, corta na carne. Na carne. Corta na carne. Ai...
Ai.
Abdico dele, fui morar em outras palavras. Desterrada busquei guarida no companheirismo, na criação, no ventre da poesia. Palavra bonita é morada, carinho, cuidado. Morei esses dias na melancolia, comuni-da-de. Rebeldia, destruição. Dormi na solitude, fiz cama já na putaria. Busquei de andada outras palavras. Amor, amor não, tiu. Amor mata. Dele aquelas que trançavam meu cabelo em nós apertados apanharam na cara. Os nós dos cabelos hoje sangram que é preu nunca esquecer.
Amor mata tu, mulher. Amor maltrata. Refém da casa.
Destruidoras de lares, invoco todas. Queimem os tijolos! Do amor?



Pergunta que não quer calar na boca da madrugada: tiro de misericórdia?