quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Alegria!!!

Sarau Elo da Corrente - Prêmio Literatura de Cordel (Mais Cultura - Edição Patativa do Assaré)


Mais um ... Mais um ...

Isso mesmo... O Sarau Elo da Corrente, por meio da nossa Editora Elo da Corrente Edições, foi selecionado para receber mais um prêmio do Ministério da Cultura - Secretaria de Articulação Institucional - Diretoria do Livro Leitura e Literatura, trata-se do Prêmio Mais Cultura Literatura de Cordel - Edição Patativa do Assaré.

Nós fomos selecionados na categoria Criação e Produção, e nossa proposta é a reedição dos folhetos "O Homem que Viu o Cão" (João do Nascimento Santos, Xilogravura de Guma) e Saco Murcho e Outras Rimas Matutas (Zé Correia, Xilogravura de Carolzinha Teixeira), lançados esse ano pelo nosso selo, além da manutenção de um blog que contemple a divulgação e promoção da Literatura de Cordel.

A categoria Criação e Produção é destinada a iniciativas artisticas e produções literárias voltadas para Literatura de Cordel e linguagens afins, Xilogravura, Repente, Cantoria, Coco e Embolada (obras inéditas e reedição) em formato de folheto de cordel, livro, cd ou dvd A produção minima é de 3.000 exemplares e a premiação é de 7.000 reais. 

Nosso objetivo é fazer com que essa reedição seja lançada na cidade natal dos nossos poetas matutos, pois os dois nasceram na cidade de Chorrochó no sertão baiano e só vieram se conhecer em São Paulo, depois de muitos anos de migração, através da poesia nas rodas do Bar do Santista. Em 2008 haviamos lançado o primeiro folheto de João do Nascimento (Saudade do Meu Sertão) que chegou nas mãos de Zé Correia e motivou a trança desse encontro  firmado toda quinta-feira em nosso sertão-periferia.  

Parabéns pra gente!
Parabéns João do Nascimento e Zé Correia!
Parabéns Guma e Carolzinha!

Vamos levantar poeira nas bandas Chorrochó!



Zé Correia 



João do Nascimento Santos



Fotos: Sônia Bischain

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Se quiser me ver

Arrodeio o mar três vezes

Se quiser me ver

Três vezes arrodeio o mar

sábado, 11 de dezembro de 2010

É chegada a hora.

Povo, tá me dando uma vontadinha de matar esse blog!

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

ROUBE-ME, POR FAVOR.



Salve pilantragem!


Pois acreditem, eu, Lids e Henrique vamos lançar nosso livro!






Vamos chegar!






quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Modelo Vivo

Um pingo de curiosidade.



Salve,

daqui a pouco conto mais dessa nossa aventura!

Correspondência Poética


Povo, esse mês ilustrei as poesias do Correspondência Poética. Para dar uma bisoiada esperem nas suas caixas de correio ou aqui:

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Sábado: REINAGURAÇÃO DO ESPAÇO CLARIÔ!! CLARIÔ EM FESTA!!!

Dia 27 de novembro, sábado, as 19 horas será celebrada a
REINAUGURAÇÃO DO ESPAÇO CLARIÕ!




Chamamos todos para compartilhar esse momento,
que é resultado de cinco meses de trabalho e força do grupo Clariô na comunidade santa Luzia, que sem apoio financeiro, resolveu botar a mão na massa, derrubar e levantar paredes,
para ampliar a casa e receber mais e melhor nossos parceiros, amigos e publico!

ESTÃO TODOS CONVIDADOS!

Nessa noite tambem faremos o III QUINTASOITO - NEGRAS VOZES!
Recebendo em nossa casa o poeta pernambucano MIRÓ DE MURIBECA!

e o fermento da borda cresce com as presenças:
BANDA PRETO SOUL, PRIMOS DEL FUEGO, SANDRO LIMA E DÊSSA SOUZA, ZINHO TRINDADE E O LEGADO DE SOLANO, SARAU DO BINHO, MANU MALTEZ, GRUPO UMOJA, GERALDO MAGELA, GUNNAR VARGAS - PAULA E LUCA, SAMBA DE RODA - GRUPO IRMÃOS GUERREIROS, DUO ABANÃ, ORQUESTRA DE CABOCLOS E MAIS...

exposições:
artista plástica:
CAROLZINHA TEIXEIRA

fotógrafos:
RAÍSSA CORSO E GUMA.

exibição dos filmes:
CURTA SARAUS
coletivo ARTE NA PERIFERIA
e
PÁSSARO
do estilista LEANDRO BENITES

ENTRADA FRANCA!
bebidas vendidas lá!)

ESPAÇO CLARIÔ:
R. Santa Luzia, 96
Jd. Santa Luzia - Taboão da Serra - SP
espacoclario.blogspot.com
11) 9995 5416


axé!

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Experimento número Um: TUDO É POSSÍVEL.

Partamos a linha tênue que nos separa. Do quê mesmo? Do acaso, do acaso. Então, gostamos de jogos, assim como vocês. Regras do jogo:

1) Em um dia de domingo, mais especificamente e precisamente no dia 14 de novembro, véspera de feriado.

2) Eu e meu comparsa, meu comparsa e eu.

3) Precisamente às 18 horas da tarde, quando o despertador tocar.

4) À frente uma velha, puta e boa companheira: televisão.

5) Olhamos a linha do horizonte, ou melhor, nosso olhar horizontalizado.

6) UNIDUNITÊ

7) Aceitamos nosso destino. Sem mais delongas.


... o cenário é um palco cômico de platéia teleguiada. Palmas e um pagodinho ao fundo. Eis que surge uma bela-horrenda loira. Horrenda, ó céus! Pernas enormes, maiores do que o mundo. Outra loira horrenda com meia arrastão, aceitamos nosso destino. Se trata de um palco, e loiras, e cerveja. Em algum momento a música pára, e dois cantores-galãs de meia-idade disputam dez mil reais, direto na conta de uma instituição caridosa. Desafio da noite: acertar três amendoins no furo de uma latinha de cerveja.

Muito pornográfico? Calma, o pior está por vir.


terça-feira, 9 de novembro de 2010

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

terça-feira, 26 de outubro de 2010

"SORTE, VENTURA E CASCA-DURA"

Por favor, divulguem, estou tentando criar um dito popular...

Ops, não não não,

 Esse eu ouvi dos velhos de guerra de Caruaru, quando por lá estive...

sábado, 16 de outubro de 2010

Visionário

Enquanto tascava um desenho na folha, o menininho ia conversando comigo.

- Ô tia Carolzinha, a TV era preto e branco né?

- Ah, era. Ô se era! Mas isso nos antigamentes né...

-Ummmm...

(pausa. respiro. pausa)

- E na rua era também? Tudo preto e branco, tia?
 

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Dois peixes solúveis

... não é o medo da loucura que nos 
forçará a largar a bandeira da imaginação...
(André Breton)

Tenho nas mãos dois peixes solúveis. Olho pra um, que ganhei do poeta, e descanso jogando pro ar toda saudade, a quimera, a vontade de apelo. Avanço em braços e pernas, mas pra onde? Tudo o que tenho à frente é tudo o que tenho à frente. Muros de bolhas de sabão, onde se fizeram as últimas tentativas de guardar uma infância maldita. Fecha então sua porta de ferro, baleada de tampinhas de garrafa. Bebe os relógios, o cimento, os tijolos, tudo que te constrói e o outro peixe solúvel que tenho às mãos. São dezoito horas, fim do expediente. Já apaguei a última vela, nada resta. Olho pra ele que suspira, prateado. Pedaço de ferro mole, aguado. Pego o que consigo mas. Tudo o que tenho à frente é tudo o que tenho à frente.

Carêço

Porquê desenho, as nuvens se adivinharam pretas. As ranhuras da tua pele, que eu senti-não-vi. Papel onde se faz cosquinha. Branco do olho pingando sentido, em geometria. Paleta do chão. Porque aprendo, o material pulsando quieto. Quieto ou pulsando, existe cortejo de equilíbrio da munheca. Ólhe, ólhe. Hoje, homem miudinho fez desemprego da mão.Idéia é que voa, computadores fazem arte. Careço. Exércitos de operários-artesãos passaram por aqui e deixaram desassossego. Careço. Tenho só esse corpo, careço. Pulo raso, o papel é meu pasto. Careço. Pinça do indicador-polegar. Abri polegadas de veias nas fibras de celulose. Oxigeno o branco, aquele do olho. Vazio de sossego para aquela que pisca-pisca (num pára). Porquê desenho? A vida não desagua no sangue mensal. Meu cuspe, não. Lágrima sêca. Vida escorre da mão. Se aloja no seu branco do olho. Aquele que em época de cheia, transborda. Vê além, vê atrás. Vê mais que a menina (dos olhos). Duvide que cê vai ver. Com a mão construo casa cega no presente, moradia de grafite barato. Risco do assombro, roda passageira. Contigo passo. Careço. Meu traço tem largura não. Dez por quinze, não. Resto do resto do resto: escombro de palito de fósforo. Destruo meu desterro. Moradora em situação. A rua, desenho.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Tem poeirá, poeira demais?

Quanta!
Momento de firmar, avante. Todos os traços e letras, na mão, mas.
Colocar no blog já é outros quinhentos.

Max Ernst

terça-feira, 14 de setembro de 2010

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Vai brincando...




Ó como é que foi lá no Ermelino:

www.mesquiteiros.blogspot.com
www.efeito-colateral.blogspot.com

sábado, 28 de agosto de 2010

A menina sem a tampa da cabeça.


De repente me vi, e

ao passar os dedos na testa fui percebendo que o topo da minha cabeça tinha sido cortado fora. Aberto pros sóis, pra brisa do lusco-fusco e pra chuva. A tampa que guarda nossa dianteira pro mundo  e o cosmos todos, ai. Agora daqui não me escorre nada, só recebo? A tampa cortada, foi rápido e sem dor. Mas, o sangue seco me protege, e todo cheiro ocre de sangue. Pulsando os cabelos, insistentes em reter o que resta do meu antigo rosto. Todos aqui, me rodeiam. Essa menina sem cabeça, onde foi parar a cabeça dela? Respiro com as narinas e meu corte profundo. Os ossos, não voltam mais. Costume que a gente vai pegando. Costume de ser bacia aberta, receptáculo das horas que passam. Minha cuia de cima à mostra, pra sempre. Nunca mais deito.



É HOJE!!!


Povo, hoje vou chegar junto com os Mesquiteiros e Rodrigo Ciríaco,
fazendo uma pintura lá na Zona Lost.

Bora? Pra saber como chegar:

www.mesquiteiros.blogspot.com

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Vulgo

Hoje eu estava atravessando a Estação da Luz, pra ir trabalhar. Como sempre
desviando de um aqui outro ali, povo pitando pedra, pedra pitando povo. Já ia
reconhecendo as putas e figuras de sempre... aí tomei um esbarrão. Uma mulher-homem-peixe
daquele jeito, batom desenfreado saindo pelos beiços. Olhando de rabo de olho
para trás, por que um homem de longe já chamava:

- Ô Pandoraaaaaaaaa.

Ui ui...

TEUS PÉS

torcia pra ouvir teus pés chegando
raspando e encostando no mesmo chão
levantando a mesma poeira
abrindo a mesma porta
sem pedir licença na entrada
sem pensar nos passos da saída
acordando todo meu resto de noite
tirando toda ela do escuro
teu rosto cortando o silencio
e o meu eu encostanto no teu outro
e o teu eu no outro meu
e nossos rostos se tornando um rosto
e mandando o tempo pro espaço
e brincando de pele apertada
e lavando a alma com suor
e nosso quarto dizendo universo
e nossas bocas sem dizer palavras
e nossas mãos
se perdendo e se prendendo
umas com as outras

Douglas Alves  
www.lacarnevale.blogspot.com

terça-feira, 17 de agosto de 2010

AGRADEÇO AO SENHOR
PEITO DE AÇO
A GRAÇA ALCANÇADA.


sexta-feira, 30 de julho de 2010

Bora!




Dia 4 agora, pego um buzão mais Allan da Rosa pra somar no mês das Edições Toró no Sesc Campinas.

Quem quiser entrar na roda dê uma olhadela aqui ó:

http://www.edicoestoro.net/component/content/article/25-atividades/152-mes-edicoes-toro-no-sesc-campinas-oficinas-e-rodas-de-leitura-com-mateus-subverso-guma-e-allan-da-rosa.html







segunda-feira, 26 de julho de 2010

quarta-feira, 14 de julho de 2010

O homem que viu o cão e Saco murcho

Povo, vamos chegar! Participei da criação da ilustração do seu Zé! Agora deixo aqui o recado:


Este é um chamado especial 
 a vocês que são nossos parceiros
no nascimento deste rebento sertanejo

Obrigado por acreditar na semeação e intenção

Contamos ver vocês conosco pra celebrar junto com os autores  


clique para ampliar


Sarau Elo da Corrente
Festa Julina e Lançamento dos cordéis:

O Homem que Viu o Cão
de João do Nascimento Santos

Saco Murcho e Outras Rimas Matutas
de Zé Correia

22/07/2010
Quinta Feira
Bar do Santista
Rua Jurubim 788 -APirituba - SP20:30 hs

Realização:Elo da Corrente Edições
VAI - PMSP

Apoio:Coletivo Cultural Poesia na Brasa
Coletivo Cultural Esperança Garcia
 
Contatos:
 
 


segunda-feira, 12 de julho de 2010

ninguém



...não não não
eu não sou flor-que-se-cheire.

Carta a um Amor

   Nego meu, hoje amanheceu escuro, do lado de cá. Tenho prontas-visões do que intuí. Mas muito não sei não. Adverti quem aqui mora, é tempo de esperar, évem a chuva. Cairá na calha trazendo de tudo que se acumula na estação. Galhinhos, folhas, bichos mortos. O chão fica sujo, mas eu não acho sujo não. Começo a divisar a matéria podre, eu gosto. Hoje mesmo, fiquei de admirar os mofos crescendo de tanta umidade. Homem, como pode um negócio tão ralo, tão pouco, ir subindo e fazendo essa engenharia rasteira, lá no meio do vértice onde ponteia o quarto todo? E quando esverdeia o pão, todo nosso apetite de amor? Bolor que o povo cá chama, embolorou, emboloiou, emborolou. Palavras bonitas, deviam ficar na gente feito música de refrão. Ôi, meu bem. Como se entende daí? Queria, em tua pele, fazer desenhos como agora, visse, eu passando o dedo aqui nas prateleiras. O dedo engomadinho de pó, eu tirando sua saudade. Nego, ôi. Manda os ponteios dos seus lápis pra cá, aqui vou recolher, ficar quietinha. 

É por causa que intuí, évem os escuros do céu.

terça-feira, 29 de junho de 2010

Um bom lugar...

Vamos se preparando, tá chegando a hora!

terça-feira, 25 de maio de 2010

Caderno de Desenho 2010



mais em:

www.flickr.com/destruidorasdelares

sábado, 22 de maio de 2010

Fê, aí vai...


Determinei

Estabelecia que sim,

então era.

Preparou o fundamento, que era um pouco de feijão e arroz, e a mistura. Lembrou do vento, as roupas pra lavar, abriu a cortina. Sol não tinha, mas ainda se sentia quente no meio da fumaça a água evaporando soltando borbulhas e pingando pingando. Toda história tem história-e-meia. A água tingia o chá, ou era o contrário? Um chá ajudaria, sentiria sono e poderia enfim dormir no chão friozinho, quase um chão batido de terra dos tempos que nunca viveu mas não se esqueceu. A colher de madeira bate com força nas panelas e quem dera que fosse canção todo dia, nessa vida nossa uma música pra sentir digno o próprio esforço de entregar a pétala mais doce, o cruel veneno. Talvez fosse bem-querer, tinindo de novo as ventas. Se entregou certeira, tinha que ser. Os grãos do feijão desmancham folhas de louro. Queria sentir saudade, mas não isso já, sofria de alguma alegria alguma coisa que fica, coisa minha. Passeiam as mãos pelos cabelos, os restos de tinta nas unhas e o cheiro do sabonete barato, conforme fosse, quem pode dizer o dia de amanhã? Cada dia forma um jeito, uma temperatura, e se chove como fica assim parece chove é de través em mim.

terça-feira, 11 de maio de 2010

a pequena estátua

 Silver Clouds, Andy Warhol                                                          



gabriela nininha, pequenina
gostou muito muito dos quadros
que viu e... estática suspirava
ia e voltava o pensamento.
o mundo lá fora, e tanta abobrinha
lugar de criança crescer, dandando
ia, ia e vinha.
na boca rosa choque
no filme brilhante antiigo antigo
é tempo, eu falei.
mas a boca rosa choque
da moça do filme, a moça de várias cores
gabriela de várias cores
bem prateadinha
os cabelos que costuram
as fotos
os cabelos duros do retrato
malhado, a vaca amarela e a gabriela
querendo ser o balão, grande de travesseiro
o sonho voando, a gente espelhado nele.
gabriela, o elevador, estática.
boca rosa choque,
ficou dura nos ossos
ficou dura

ficou.

hoje, quando passeio
com as escolas aqui no museu
digo assim:
essa é a estátua gabriela,
ela gostou tanto da exposição
que decidiu morar aqui
(e pra morar aqui tem que ser
eterno né?).

PALMAS

Ainda

Arruda, cheiro de incenso, cor
invoco as chuvas, companheiras
de dentro, invoco
a terra que me invade
o gosto dos dentes
invoco tudo aquilo
que é secura
que é ponta afiada e dura
que é ardido e tímido
que é descaminho,
no meio da passarela.
Invoco todos os nãos
a navalha que chama
a flor transbordante
a graça de um pouso
certeiro. Bacia de
grávida. Invoco a roupa
que se lava a fibra.
Invoco o cheiro de corpo
e a penugem fresca
dos braços.
Invoco o que se fez pedra
a sombra que conforta a íris
o sustento feito com as mãos
o silêncio depois do grito que exalta.
A maravilha de ser criada
em tempo de paixão, esquecida dos
olhos de Deus.

E você, homem, ainda se lança
ao óbvio.

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Maria Tereza e a Chave de todas Fechaduras





- Tereza, que bonitas suas palavras,
e eu que não as conhecia!

- Carolina... eu te conheço desde sempre.




...e foi virar o mar, florescer onde o mundo faz a curva.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

ela que foi

quando eu fecho os olhos e vejo
desvejo, não há mais cor. Nos pés
um corte profundo, que adivinhei
não ter cura. Carrego por onde
se espalha meu corpo. Feito manto,
como sombra. Apara meus cabelos e
dóis atrás dos meus dentes. É mais
um pouco atrás das gengivas,
depois de depois do ventre. Entrego
aqui meu sorriso mas, está
sempre comigo. Tristeza sem tino,
descolorida. É aquilo que puxa o
canto dos olhos, às vezes. É um
olhar pra palma das mãos,
sem semeadura. É falta apalpando a cabeceira, de telhas.
Então, descobri logo onde descansam as estrelas. Segurando seu corpo que me alumeia, entre tantos destinos. O nosso é um fio bem fininho, mas é de seda. Às vezes no abismo é esse fiapo que guenta. Entre cacos e cacos de saudade vermelha.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Ao poeta Caco

a casa era sua, mas tinha minha tia nela
no sofá descansando
vidro quebrado, saia arrastada, cheiro cheirado
chegou.
queria minha bolsa e tirar tudo dela: as palavras escritas nos pedacinhos de papel. meus desenhos. tirou tudo tudo e falava: "é que eu tive uma grande idéia!"
aí no lugar colocou lâmpadas, metros de fio elétrico

e eu dizia: "caco, devolve minhas palavras?"

Mejor te Invento




Estás alicaído, estás dudando,
no te alcanzan las pruebas ni las preces,
Cada Dónde te ofusca, y cada Cuándo

Recorres el confort, las estrecheces
que quedaron atrás y es razonable
que reclames la vida que mereces,

Las ventanas en paz, el techo estable.
Pero yo, te confieso, prefería
(¿cómo querés hermano, que te hable?)

Cuando tu vieja angustia estaba al día
Con la amgustia del mundo, cuando todos
éramos parte en tu melancolía.

Sé qué polvos trajeron estos lodos
pero saberlo no es la mejor suerte.
Invetaré quién sos. De todos modos,

Inventarte es mi forma de creerte.

(MARIO BENEDETTI)

sábado, 20 de março de 2010

Você acredita na Arte como ferramenta de inclusão social?

Denis me propôs responder a essa pergunta, como parte de um trabalho que ele está fazendo. Foi bão pensar sobre isso, então lá vai:

O acesso ao mundo codificado da arte sempre foi para poucos senhores, com H maiúsculo. Durante muito tempo e gerando nosso tempo, se tornou muro com arame farpado. A caixa fina da arte bem guardada ali e o mimeógrafo caindo aos pedaços aqui. Escola pública? Arte não entra ou explode em palavras violentas pelas paredes, escritas em giz, vela e spray? A inclusão é palavra perigosa, prefiro uma outra mais arriscada e cheia de curvas, chamada construção. Incluir supõe sistema fechado, abrindo uma porta lá nos fundos, ingrata.  Porta dos fundos que, depois da jornada de trabalho e com um salário furreco nas mãos, se é  permitido sair após limpar todos os cômodos e abrir todas as janelas abafadas do apartamento da arte contemporânea. Inclusão caiu na boca do povo, muitas vezes apenas como palavra morta que revive em muitas ações diversas. Tem coisa boa e viva nesse balaio, tem xeque-mate de organizações e governos carcomidos. Eu mesma sei que hoje ainda se faz a inclusão das mulheres no circuito da arte, desde que formalmente continuem em seu lugar. As mulheres aparecem, mas seu mundo subjetivo (e digo isso não a favor de uma essência, mas de uma vivência de opressão compartilhada) é feio. Como compreender esteticamente algo que foge da organização das imagens do mundo construído meticulosamente pelos cara-pálida? Inclusão social pra mim cheira perigo, com tudo que meus olhos já viram nesse jogo político que é a cultura. Construção nunca vem separada da educação, e se torna terreno aberto para crescer em palavra, domínio da própria história e desenvolvimento de um sistema estético vivo. Isso supõe, muitas vezes, retirar de anos e anos de mofo e poeira um indício do que seja nossa linhagem. Supõe um olhar, menos afeito a ligar os pontinhos de um desenho que alguém já planejou. A arte é motor de reconstrução de muitas vidas, como tomada de posse dessa rede delicada que une sentir e pensar, que une colecionar e organizar um mundo, cheirar e modificar a matéria. Muitas vezes coloca o arroz e feijão no prato, na maioria "apenas" coloca óleo na ferrugem dos dias. Cabe saber onde pisar nesse mundo exaurido, que diálogo estabelecer.




Qual é a igualdade da troca?






Aí Denis, qualquer coisa grita...

Bom, meu nome é Carolzinha Teixeira, tenho 26 anos e meu trabalho, ainda no começo da jornada, é baseado na pesquisa da história das pintoras no Brasil. No momento pinto em lonas recortadas e proponho instalações nos locais de exposição. As imagens propostas retomam arquétipos de uma história dizimada. Retiro o projeto das imagens de sonhos, conversas e da literatura.


segunda-feira, 8 de março de 2010

sexta-feira, 5 de março de 2010

terça-feira, 2 de março de 2010

Janela

Tristeza roncou
em meu estômago faminto
de nuvens.
Os nós são
Os nós são
sozinhos.
Em pele exposta,
casa fechada.
Janela fresta
um bem-querer
guardado
e pensamentos
noturnos
de nós são

sozinho.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Cartaz para o Estação Catraca



http://catracalivre.folha.uol.com.br/2010/02/estacao-catraca-livre-volta-dia-7-de-marco-com-homenagem-a-adoniran-barbosa/

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Convite

 
 


O que a Alinão tá aprontando eu não sei, mas estarei lá com alguns trampos bem antigos.

sábado, 23 de janeiro de 2010






... traziam em si medo e vigor.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Espiral Negra: Ciência e Movimento



POR QUE E COMO?
Juntando as experiências e miragens das nossas velhas guardas e dos nossos cientistas que pesquisam, movimentam e que apresentam voz própria.
Aqui nas nossas beiradas, onde está a grande necessidade, onde é nossa real fonte, já que os cursos dessa picadilha quase sempre são caros e distantes, girando apenas pelos bairros nobres ou pelas ilhas onde quem entra, volta e meia, não pensa e não pisa mais com seus sapatos os caminhos do ontem. Do nosso ontem.
Vamos bolando e renovando conhecimentos que nascem do afeto, com carícia e com choro, arteirando no nosso jardim negro. Sentindo pensamentos, na matemática, na geografia, nas artes plásticas e em tudo mais que brilhar na teia.
Procurando e bebendo do sabor do saber, com a graça e o dendê do conceito que não mora na paralisia ilhada nem na papagaiada empoada que se garante no seguro do diploma, vampira e sempre fingindo indignação.
É isso, povo. Em tempos de teclas e de ibope fácil, que a gente articule tanta informação e faça dela real conhecimento.
Não vamos esquecer que, anos pra trás, nesse novelo de estudar era tudo ainda muito mais pontudo. Ter um caderno, ter essas pontes de comunicação pra entrançar revides e fundamentos, ter condição de colocar nossos olhos vermelhos no cartão de matrícula.
Então que nossos ofícios e gritos, cheinhos de filosofia e ciência, também se adentrem pelos espaços das pedagogias duras, oferecendo ritmo e graça, sem perder a chama que a beirada dá e pede.
Fica aqui a gratidão pela atenção, a busca (difícil, mas possível) da transformação de raiva em amor, com poesia na luta e asas disfarçadas nas raízes.

Ass: Edições Toró, Quilombaque, Elo da Corrente e Sarau na Brasa.

para se inscrever: www.edicoestoro.net