domingo, 24 de junho de 2007

Hora em que ela encaixotava a cara, o bar ia fechando.


As luzes ainda caíam muito sem-vergonha, indo e voltando e
sombreando os vultos, carregando as moscas. Pelo chão, os cacos quebrados se abriam piscando pras mesas, ruminando debaixo de um teto que dorme toda noite. Enquanto isso, os copos gostavam de ficar rodando em volta do ventilador.O bar ia fechar.


De vez em quando, quase sempre em noites quentes, um homem muito antigo conseguia um lugar para sentar, se embebedar nesses olhos...

Mas no dia seguinte, era sempre a mesma sede, coberta de pó e sem teco de sombra pra fugir do sol. Sede cor de amarelo, a ponto de ver o próprio corpo virando
água salgada.


Porre de mágoa.

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