quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Brincadeiras de Pequena

Hoje estava lembrando minhas brincadeiras inventadas de criança. E tirei lá do fundo da memória tanta coisa, que vou colocar aqui pra nunca mais esquecer. Lógico que tinha as brincadeiras normais: queimada, pipa, rolemã... mas aí todo mundo conhece. E ocês, lembram?

Espelho do Céu é a brincadeira que o céu vira chão. O chão vira céu. Eu andava com um espelho apontado pra cima e imaginava meus pés pulando de telhado em telhado. Subindo nos fios dos postes e se equilibrando. E se a gente caísse no céu não morria! Sipá voava.

Mundo de Papel era meu mundo, guardado em latas de bolacha. Recortava os jornais, as propagandas. Tirava de lá cama, roupa, comida. Montava tudo espalhadinho no chão. As coisas nas prateleiras. Tinha carro, tinha sofá. A graça era montar, e depois guardar tudo de novo. Ganhei uma tesourinha de unha de nenê da mãe, e ficava recortando o dia todo.

Voar nas Nuvens era só ficar voando mesmo. Principalmente andando de carro, ônibus ou deitada no quintal. A nuvem é macia.

Mini-mina era ficar pequena, tão pequena que o esgoto que escorria pela calçada era um rio. Cada folha caída era um barco e a minha rua era um país. Assim, podia sentar na frente da calçada e ela ser grande, mais do que podia enxergar. Comeria um grão de arroz e outro de feijão e já estava bom.

Excursão dentro de Mim
, quando o prato era a rodoviária e a comida os passageiros. Todos eles iam viajar pelo meu corpo, conhecer meu coração, pulmões e as veias. Só não pensava como iam sair...

Aventura
era correr pelos telhados dos vizinhos. E achar uma casa abandonada. Nessa saíamos em bando! Ah! Tinha a aventura de conhecer um lugar novo também. A gente ia se embrenhando no matagal atrás de casa. Aliás ainda bem que os adultos não imaginavam isso, senão não iam deixar.

Boneca de Garrafa Pet eu e minha prima inventamos uma boneca de garrafa pet, sem rosto sem nada. A graça era ficar inventando roupa com os retalhos que minha avó, costureira, jogava fora.

Lixo da Rua. Essa foi o Pedro, meu irmão que inventou. Ele pegava tudo que via no lixo, chegava em casa e falava "Pai, faz um brinquedo?". Me lembro do mais legal: uma vitrola que meu pai fez com um toco, uma tampa de Nescau (era o disco) e os botões e agulha de toquinho. Depois eu pintei ele.

Programa de Rádio. Meu pai tinha uma vitrola e eu e meu irmão ficávamos fazendo um programa de rádio só pra nós mesmos. A gente contava histórias e depois tocava música. Nossa depois fiquei pensando como seria legal se outra criança ouvisse isso!

Costura. Adorava costurar, porque minha vó gostava de me ensinar. Mas eu só fazia travesseiro!!!

Bunda Lelê era com minhas amiguinhas e o Peu, meu irmão. A gente esperava o carro passar na rua e fazia um fila de bundalelê pro carro. Depois fomos reprimidos, é craro.

ah mas tinha o Iéié bunda...

que eu e o Peu inventamos. Era uma dança da bunda e quando parava a gente gritava: "TRABALHA BUNDAAAAAAAA!"

HHAHAHAHHAHAHHA

2 comentários:

Lid´s disse...

asé pequena GRANDE pessoa!
...adoro quando me sinto poesia dentro da brincadeira da poesia do poeta!

é Carolzinha, Carolzinha, Carolzinha

é asé mesmo.

Lid´s

Fêzinha disse...

Carolzinha, revirei teu blog atrás de um texto antigo, aquele de uma moça que está cozinhando feijão num dia frio de nuvens e tem as unhas descadas do esmalte barato. Cadê ele? E cadê a Tecedeira dos Prazeres? Arranja aí pra nóis!


bjos
fernandagra@hotmail.com