quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

A mulher que desdenhou o mar

Deixe o mar pra trás, meu homem
que as ondas vêm e vão.

Eu aqui vou rabiscando
seu nome em pedra sabão
pra morar na profundeza
enterro a pedra no chão
vou deixando que entalhe
seu nome no meu coração.

Deixe então o mar pra trás
que as ondas vêm e vão.

O murmúrio que elas trazem
nem baixinho eu quero ouvir
meu silêncio é só riqueza
pra ficar pensando em ti
nem canarinho se pôs
a cantar como eu fiz.

Deixe então o mar pra trás
que as ondas vêm e vão.

O sal que as ondas deixam
nas suas esquinas da pele
quando resolvem se demorar
maltratam a pele e ferem
eu sou a que mata a sede
e que seus lábios preferem.

Deixe então o mar pra trás
que as ondas vêm e vão.

Eu sou faca de ponta
rio de sinuosa vazão
fio de luz na escuridão
caminho de cobra anaconda
certeira no alvo da seta
eu prefiro até linha reta
que mar sem direção
sou mais a gota que valha
que mil ondas que vêm e vão.

Um comentário:

Fabi disse...

ê vontade do mar!