![]() |
Útero Urbe, intervenção no Sarau da Brasa |
segunda-feira, 4 de novembro de 2013
Doidices
Caminho de viela em viela, entro e saio de cubos brancos e discussões cú dos contemporâneos. Vou ali, pego busão lotado, dou aula o dia todo, entro no cubo espelhado-rosa tomando café pra espiar os aristocratas formalistas pintores. Entre um muro e outro avisto maravilha rasgada, contra o lixo de cores xumbrega e preciosismo técnico de grafiteiros de butique. Tô ficando doida, mas certeira: única coisa que meu olho-mão não quer desgarrar: Carolina, de uma forma ou de outra, com apuro e ciência, arte é revolução.
sábado, 6 de julho de 2013
Livro de Caras
Criei uma página no facebook com meus trabalhos. Quem chegar fortalece!
https://www.facebook.com/CarolinaTeixeiraCarolzinha?ref=hl
https://www.facebook.com/CarolinaTeixeiraCarolzinha?ref=hl
terça-feira, 4 de junho de 2013
Tortuoso
Sangra como a veia aberta e gera.
O desenho eminentemente, gera.
É um esporo, uma fresta, o respiro antes do pulo do gato, uma guerra. Enquanto articulação visível, pode morar debaixo da terra anos a fio até brotar. De um desenho saem miríades de brotos e desses brotos outra cena. Por isso fico puta quando me dizem que o desenho que faço é simples. Gosto dessa palavra, mas quando estão todos os pingos nos "is" colocados. Porque se aventurar na busca do próprio traço nunca foi questão só de espontaneidade pura, mas uma labuta constante de pensar e repensar uma poética que construo, e que no caso do desenho quer explodir com todas as forças o olhar cartesiano.
Um dia conversando com Ganu falávamos de como o desenho é uma busca de equilíbrio entre forças apaziguadoras e a destruição.
Não se contentar com o exato, com o bonito embalado à vácuo, com palavras de ordem forjadas e vazias de significado vital. Não terminar um desenho, não cair no preciosismo, no adorno e na forma naturalista sempre foi questão primeira pra mim.
O traço que liberta o olho para a porosidade do papel vai mais de encontro ao olhar do Outro que vê, do que uma imagem autoritária: "Isso é Belo, como você não está vendo isso?". O desejo da destruição desse mundo que aí está não pode ir de encontro a imagens conciliadoras.
quinta-feira, 30 de maio de 2013
sábado, 27 de abril de 2013
Beijaço
♥ Tá difícil de alguém me representar, muito menos esse pastor faxista! Então resolvi dar um beijaço no Laerte também!!!
sábado, 6 de abril de 2013
A boca
Carreguei a angústia da sobrevivência
de sete gerações.
Orei por comida no prato
mas não mais.
Os dentes são fortes
minha pele é carne viva.
Olhei nos olhos da morte e
canto pra quem nasce.
Meu corpo virou osso,
a pele rala.
Quem me viu, teve dó.
Mal sabiam que nunca estive
tão forte.
E a milhão aprendi
tive que aprender.
Dentro de toda miséria ancestral
lá está ela:
a pérola.
O livro guardado
o gosto açucarado
o alimento
da boca
que não tem nome.
Tudo aquilo que mata a fome.
de sete gerações.
Orei por comida no prato
mas não mais.
Os dentes são fortes
minha pele é carne viva.
Olhei nos olhos da morte e
canto pra quem nasce.
Meu corpo virou osso,
a pele rala.
Quem me viu, teve dó.
Mal sabiam que nunca estive
tão forte.
E a milhão aprendi
tive que aprender.
Dentro de toda miséria ancestral
lá está ela:
a pérola.
O livro guardado
o gosto açucarado
o alimento
da boca
que não tem nome.
Tudo aquilo que mata a fome.
Assinar:
Postagens (Atom)