Em São Paulo o trânsito entranha nos desinfelizes. Parece praga. O corpo da gente sempre fugindo do tempo, até dia de domingo. Em São Luís não é muito diferente, mas me deparei com uma situação bastante estranha, que certamente nunca seria possível aqui.
Voltando de um dia inteiro na praia de Araçagy, eu, Noel, Pedro, Ariel e Mestre Xavier só queríamos bater um P.F. e capotar. Pegamos o buzão que cruza boa parte da cidade e eu dormi ali mesmo, tombada na janelinha. O povo voltava do trampo e lotava o corredor. Aí que meu sono estalou: Pá! Era barulho de trombada, só vi a moto voando do lado de fora. Zé povim na janela, aglomeração, caraio. Aconteceu que o rapaz da moto bateu no buzão, voou e foi cair logo no poste. As notícias iam caminhando de boca-em-boca. “Tá morto não, quebrou a perna.”. E o diz-que-diz correndo, graças a Deus um pipoqueiro brilhava a luzinha do outro lado da confusão e amenizou a larica. Porém, por um baita azar de nós, de todos, o coitado do motoqueiro bateu bem quando o buzão fazia uma manobra e se encontrava de atravessado na avenidona. Tudo beleza se em São Luís não tivesse uma regra doida de perícia. O buzú não pode mexer um milímetro, senão o motorista paga tudo! Aí danou-se. Era buzina pra tudo quanto é lado, ninguém atrás passava, no horário de pico a fila de carros era de perder de vista. E nóis pra ir embora? Tem jeito não. Perícia.
A gente caçava assunto. Até com o motoqueiro fui trocar idéia. O cara tava bem - ainda bem - passaram uns cinco carros de gambé e nada de ambulância.
Uma hora depois, chega um carro preto escrito PERÍCIA. O cidadão saiu batendo a porta com um giz escolar na mão, perguntou quem era o motorista, olhou, riscou em volta dos veículos e do corpo ensanguentado do hômi e saiu fora. Nisso o motora saiu correndo e desbicou o buzão um tantinho pro lado, só pra desobstruir uma faixa, e o transito desafogou buzinando.
Noel, do alto da sua indignação gritava:
“Véi, se era só pra contornar me dava um giz que eu mesmo fazia carai!!!”.
O cobrador colocou a gente em outro coletivo, que tinha que ser da mesma empresa já que lá parece São Paulo antigamente: cada lugar um lugar, cada buzão uma lei. De dentro do vidro, indo embora, ainda dei uma última olhada pro moço estirado no chão. Ambulância nada.
O povo saiu do buzão pra ver o rapaz ferido. |
E nóis aqui com cara de putaquelamierda. |
3 comentários:
Nossa que loucura, é muita treta, mas diz aí,Depois de todo esse fuzuê, bateram o rango? rs
opa! eu fui direto pra casa comer o frango do seu zé maria!
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