quinta-feira, 27 de novembro de 2008

saindo dessas conversas de neninha...




"A vida apenas, sem mistificação"

Acalento uma idéia do tempo, que vai passando entre a friagem da manhãzinha, e a moleza do calorão. Onde tudo começou, eu era pequenininha, bichinha. Magrela de sempre, atrás de brincar com as águas do esgoto e despetalar a maria-sem-vergonha. Imaginação sem fim de criança, sedenta de cores. No embaraço do cabelo e na bunda de tanajura descobrindo um corpo. Pêlos e estrias, nervos. Assim uma coisa doída, só minha. Uma melancolia e formas de fantasia. Um bicho ôco, um entrave, palavras que não saem da boca. Um meeeeedo. Um apêgo? Nós dos cabelos, é sangue escorrendo. É feito de carne meu desejo que desabrocha. Que vai desenvolvendo não como pétalas, mas entre suor e lençóis. Sorrisos confundidos. Lágrimas buscando o fio de ouro. Um elo dourado, uma forma de respeito. Eu deitando, acalanto, no seu peito. Flor de nuvem, chuva fininha que traz o verde. O sorriso mais bonito que já existiu, sorriu pra mim sem fim. E eu seguro com as mãos em palma as culpas e cicatrizes, em fuga. Puxando pelo umbigo meu ventre te procura.

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