terça-feira, 18 de setembro de 2007

Parindo Amanhãs

Vontade de um terreiro mocambado de palmeiras
Vontade de reler as letras da história
Escrita no curso das veias
De uma história mais guerreira, pulsante.

Um sentido sentido às palavras
Saber de que boca as verdades caem.
Saber quais verdades é emboscada da boca do inimigo e
das verdades escondidas nos cantos,
Mudas no canto da boca.

Coragem pra colorir o branco pálido da página,
E pra morar tanto tempo no canto invisível da página
Lido nos entres, nos vãos, nos saberes não escritos.
Lido apenas pelos analfabetos em seus delírios lúcidos.

A força de aproveitar as vértebras, os ventres.
O que nos ergue e o que nos infinita
O verde-maduro de nossas sementes.
O desvio inesperado de nossas vertentes. Inverter.

Detonar o muro velho que divide e verga.
O muro que envergonha.
Descobrir-se África no mapa do corpo.
Onde fica Angola, onde fica o Congo
Defrontar-se com intangíveis fronteiras das áfricas que somos.

Parir novos pares, novos plurales, novos pilares.
As vozes contrárias do hoje e do dentro em contrações desejando ser.
Ser é saber-se. Ser mais é saber-se parte.
Vontade de parir novos palmares...

Um novo ponto de partida,
Que nos guie e nos caminhe,
Que nos leve a nós mesmos.
Que nos leve a criar ao invés de ser criados.

A vez de nascer novas vias de verdades.
Onde me vejo e me vôo.
Pra morrer esse viés que nos enverga.
Pra versar o versus, dos versos... O inverso.
Que é quando me descubro escravo que me liberto.
Que é quando me descubro escravo que me liberto.

(Lila)

2 comentários:

Eu Adoro Isso disse...

Esse negócio de blog é coisa de boiola!!!!

Flor que Não Existe disse...

Boiola é coisa de Acauam!